A doação de órgãos é um gesto de amor que muda o
destino, traz a saúde de volta e faz a diferença na vida de muitas pessoas. Por
ser um gesto de amor tão importante, no dia 27 de setembro é celebrado o Dia
Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos, um momento importante para
incentivar e promover cada vez mais a conscientização da importância deste ato.
“Todo o processo da doação de órgãos é regulado de
maneira central pela SC Transplantes e executado pelas Comissões Hospitalares
de Transplantes (CHT) de cada hospital. Desta forma, todos os procedimentos
desde o diagnóstico de morte encefálica até a oferta dos órgãos para um
receptor são realizados em passos controlados e amplamente checados. Assim, o
diagnóstico de morte é feito de maneira padronizada conforme a Lei determina e
a oferta dos órgãos é feita a partir de uma lista pré-determinada de pessoas
que necessitem do órgão”, explica o médico intensivista e coordenador da
Comissão Hospitalar de Transplante do HSJosé, Dr. Felipe Dal
Pizzol (CRM – 10643 | RQE – 8882).
De acordo com o médico, uma das poucas maneiras de
alguém receber um órgão é pela doação de um doador morto. “Poucos órgãos podem
ser doados em vida, normalmente para um familiar. Por isso, o mais importante
é, em vida, deixamos clara nossa intenção de doar. Na hora da morte encefálica,
nossos familiares devem autorizar da doação, desta forma, a ciência deles de
nossa vontade é fundamental para que eles possam fazer cumprir nossa vontade,
diante de um momento tão difícil para eles. Mesmo que possam existir algumas
dúvidas sobre o processo de doação de órgãos, elas são sanadas pela equipe da
CHT que tem um papel fundamental em todo esse processo”, garante Dr. Felipe.
A Comissão Hospitalar de Transplante do
HSJosé é composta atualmente por cinco enfermeiras e dois médicos.
“A CHT dá todo o suporte, todo o apoio para a equipe em todas as etapas do
protocolo de doação. Desde a avaliação até mesmo no auxílio durante os exames
que são realizados. Após comunicar o óbito, a equipe também trabalha com a
possibilidade da doação por meio da entrevista e de um atendimento humanizado à
família. Atuamos em todo o processo desde o início até a finalização do
protocolo”, garante a enfermeira integrante da CHT do HSJosé, Renata Mendes
Machado.
Números de doações
De acordo com os dados do Sistema Estadual de
Transplantes (SC Transplantes), no primeiro semestre de 2020, mesmo com a
situação de emergência em saúde pública devido à pandemia da Covid-19, foram
registradas no estado, 145 doações efetivas de múltiplos órgãos e tecidos,
acima do mesmo período no ano anterior, quando houve 137 doações.
No Hospital São José de Criciúma,
em 2020 ocorreu a abertura de 34 protocolos de pacientes com suspeita de morte
encefálica e, destes, 13 tiveram a doação efetivada. “O Brasil é muito
heterogêneo no número de doações conforme o estado. Cada estado tem sua própria
lista e o órgão captado fica preferencialmente no estado da captação, ao menos
que não haja receptor. Assim, tomamos como base Santa Catarina, que é um dos
estados com maior captação de órgãos do país por 100.000 habitantes”, enaltece
o médico. “Mesmo com uma grande taxa de doação nos últimos anos, ainda existe
uma fila de pessoas, hoje deve haver cerca de 800 pessoas esperando um órgão no
estado”, complementa.
Segundo os dados da Associação Brasileira de
Transplante de Órgãos (ABTO), Santa Catarina está em segundo lugar em doações
de órgãos no primeiro semestre deste ano, atrás apenas do Paraná. O Estado
atingiu o índice de 40,5 doações de órgãos efetivas por milhão de população
(pmp), sendo que a média nacional foi de 15,8 pmp.
Dia Nacional do Doador de Órgãos
O Dia Nacional do Doador de Órgãos, celebrado em 27
de setembro, foi instituído pela Lei nº 11.584/2.007, e visa conscientizar a
sociedade sobre a importância da doação e, ao mesmo tempo, fazer com que as
pessoas conversem com seus familiares e amigos sobre o assunto. Apesar da
ampliação da discussão do tema nos últimos anos, trata-se ainda de um assunto
polêmico e de difícil entendimento, resultando em um alto índice de recusa
familiar.
Médico responsável Técnico HSJosé: Raphael Elias
Farias – CRM-13081/ RQE-9915
(G1)
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