Brasil tem nova vacina contra infecção que pode levar a pneumonia e meningite

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Foto: Fabio Rodriguez-Pozzebom / Agência Brasil 


Laboratórios e clínicas privadas do país começaram a oferecer neste mês a VPC15 (VaxNeuvance 15-valente), da MSD. O imunizante oferece proteção contra 15 sorotipos da doença pneumocócica, que pode levar a enfermidades como pneumonia e meningite. 




Para bebês de 2 a 15 meses, são recomendadas quatro doses, com dois meses de intervalo entre a primeira e terceira aplicação, além de uma dose de reforço. 

Segundo orientação da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), se houver atraso, o esquema dependerá da idade da criança no momento em que a primeira dose for aplicada. Até seis meses, são três doses no primeiro ano de vida e reforço entre 12 e 15 meses; de 7 a 11 meses, duas doses no primeiro ano de vida e reforço entre 12 e 15 meses; de 1 a 2 anos, duas doses com intervalo de dois meses; acima de dois anos, dose única. 

Crianças a partir de seis anos, adolescentes e adultos com doenças crônicas que aumentam o risco para doença pneumocócica invasiva –a forma grave— e ainda não estão vacinados devem tomar uma dose de VPC15, complementando o esquema com a pneumocócica polissacarídica 23-valente (VPP23). 

Para o público com 60 anos ou mais, a VPC15 é indicada em esquema sequencial com a VPP23: uma dose de VPC15, uma dose de VPP23 com intervalo de 6 a 12 meses, e outra dose de VPP23 a partir de cinco anos após a anterior. 

É importante ressaltar que as sociedades brasileiras de Pediatria (SBP) e de Imunizações (SBIm) recomendam o uso preferencial das vacinas VPC13 ou VPC15 sempre que possível. A primeira e a VPP23 são disponibilizadas nos Cries (Centros de Referências para Imunobiológicos Especiais), para situações especiais, e nos serviços privados.
 

A VPC15 pode ser encontrada só na rede privada. Segundo a infectologista Marina Della Negra, diretora médica da MSD e especialista em doenças infeciosas e parasitárias, apesar do interesse, ainda não há tratativas para pedido de incorporação ao SUS. 

No Brasil, os sorotipos 19A e 3 estão associados a quase 50% dos casos de doença pneumocócica invasiva em menores de cinco anos. 

A VPC15 pode ser ministrada com outras vacinas pediátricas? 

Sim 

Há reações adversas? 

Sim, de leves a moderadas. Irritabilidade, febre acima de 38°C, sonolência, dor, edema, endurecimento e manchas vermelhas no local da injeção, além de diminuição do apetite. Em adultos, pode ocorrer dor, manchas vermelhas e inchaço no local da injeção, fadiga, cefaleia, dor muscular ou nas articulações. 

Há contraindicações? 

Para crianças que apresentaram anafilaxia após usar algum componente das vacinas ou após dose anterior. 

Qual o valor da dose da VPC15? 

O preço sugerido é de cerca de R$ 350 a dose, conforme a diretora médica da MSD. “Ela custa de 5% a 10% a mais que a VPC13”, explica a médica. 

A vacina depende de sazonalidade? 

Não, pode ser tomada em qualquer época do ano. E não é uma vacina anual assim como a contra o vírus influenza, por exemplo. Você completa o esquema e não precisa repeti-lo. 

Quem já tomou a VPC10 —disponibilizada pelo SUS— ou 13 neste ano precisa da VPC15? 

Não há recomendação para revacinação da 13 para a 15, segundo o pediatra infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da SBIm. No caso da VPC 10, sim, vale tomar as doses. 

“Nós precisamos com urgência introduzir uma vacina com mais tipos do que a 10 que usamos, como a 13 ou a 15. Para países que usam a vacina 13, esses dois tipos a mais já são importantes porque substituem os 13 que estão controlados. É urgente a incorporação no Programa Nacional de Imunizações uma vacina de maior valência do que a 10. A 13 e a 15 são muito superiores em relação a ela”, reforça Kfouri. 

O que é doença pneumocócica? 

Infecção causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae (pneumococo), que pode causar várias doenças graves, como pneumonias, meningite e bacteremia (infecção generalizada do sangue), e mais brandas, como a otite. 

“A principal causa de meningite bacteriana no nosso país não é mais a doença meningocócica, mas a pneumocócica”, afirma Marina Della Negra. 

Para ela, os benefícios das vacinas contra a doença pneumocócica não são muito divulgados. 

“Nós fizemos um estudo no Brasil, que será apresentado na próxima semana, num congresso internacional em Boston, que mostra que 90% dos pacientes idosos internados não sabiam se tinham tomado a vacina pneumocócica; e apenas 1% dos pacientes hospitalizados com doença pneumocócica invasiva sabiam que tinham tomado a vacina”, relata a infectologista. 

Como a doença pneumocócica é transmitida? 

De pessoa para pessoa, por meio de secreções e gotículas de saliva liberadas ao tossir, espirrar ou falar. (BN)


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