No mercado futuro de Nova York, a tonelada da amêndoa de cacau fechou o dia a US$ 8,553, equivalente a R$ 42.559 na cotação desta quinta-feira (21). Novo recorde da série histórica de quase cinco décadas, o preço é 137% maior que os US$ 3.596 de 21 de setembro de 2023, há exatos seis meses. A matéria-prima do chocolate chegou a ser vendida a US$ 8.643.
OFERTA E DEMANDA
Parte da explicação da alta acelerada é o choque de oferta provocado pela queda brusca na produção de países africanos, a exemplo da Costa do Marfim, responsável por abastecer 60% do mercado mundial. Na safra 2022/2023, o país colheu 2,88 milhões de toneladas, um recuo de 36% em comparação com a anterior.
As últimas três safras globais foram menores do que a demanda global. A última sequência de três anos com déficit da lavoura cacaueira em relação à demanda da indústria processadora de chocolate ocorreu em 1969, informa a AGFeed. A oferta em queda livre estimula uma verdadeira corrida pelo cacau mundo afora, o que retroalimenta a pressão nos preços.
ELE AVISOU
Dos maiores especialistas do segmento e editor do site Mercado do Cacau, o analista Adilson Reis disse que a tendência de alta da commodity é duradoura. Falou isso em 5 de fevereiro passado, quando a tonelada do cacau chegava a US$ 5.121, quebrando recorde de 47 anos. Se o ritmo atual de valorização se mantiver, o céu é o limite.
(Pimenta)
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